Meu deus é
desconhecido
e todo dia passa por
mim
Ele sou eu preso no
espelho
ou um estranho logo ali
que passando eu sempre
vejo
E nunca lhe obedeci.
Também não me
cumprimenta
Passa rápido por mim,
Toma um ônibus lotado
Não diz não, nem diz
sim
Está muito atarefado
No seu vai e vem sem
fim.
Se acaso aparecesse
e dissesse algo a mim
eu teria estranheza
Como é estranho algo
assim
- Aparecer a qualquer um
E também seria à mim.
Mas se insistisse na
certeza
que a mensagem era pra
mim
Escutaria com frieza
O que dissesse ele enfim
E guardava na cabeça
Pensando se essa era o
fim.
E vendo ele partindo
olharia para mim
- Todos os dias vejo ele
E ele segue sempre
assim
pega um ônibus lotado
E nunca lembra de mim.