quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A saudade e sua teia



Tece a aranha no espaço a teia
Como o tempo que escorre da mão
Fio a fio corta o vazio como uma veia
Gota a gota se esvai pelo chão

Prende o inseto da memória que vagueia
Espreme o sumo da carne no vão
Sorve o doce do passado que se alheia
Ao presente morto agora então!

Porque o tempo não passa, estaqueia,
Nas almas que preferem a razão
A aranha só constrói a sua teia 
Onde ainda bate um coração.