Tece a aranha no espaço a teia
Como o tempo que escorre da mão
Fio a fio corta o vazio como uma
veia
Gota a gota se esvai pelo chão
Prende o inseto da memória que
vagueia
Espreme o sumo da carne no vão
Sorve o doce do passado que se
alheia
Ao presente morto agora então!
Porque o tempo não passa, estaqueia,
Nas almas que preferem a razão
A aranha só constrói a sua teia
Onde ainda bate um coração.